Segundo a mais recente Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, no comparativo acumulado ano julho de 2019 com acumulado ano julho de 2018, o volume de vendas (nominal deflacionado) do comércio de materiais de construção cresceu 4,4%, e, nominalmente (volume de vendas inflacionado) cresceu 8,7%.
Apenas para referência do que isso significa, no comparativo acumulado ano julho de 2018 com acumulado ano julho de 2017, o volume de vendas do comércio de materiais de construção havia crescido 4,5%, e, nominalmente, 6,6%.
Em outras palavras, em termos reais, o comércio do setor apresenta desempenho similar ao do ano anterior, porém, em termos nominais, o crescimento é mais expressivo. Por fim, em 2018, o comércio de materiais de construção apresentou crescimento, em termos reais, de 3,5%, e, em termos nominais, de 6,5%.
Caminhamos, portanto, em 2019, para o terceiro ano consecutivo positivo nas vendas de materiais de construção, inclusive, provavelmente, com um desempenho nominal melhor do que no ano anterior.
Ainda bem que os consumidores continuam sonhando com lares melhores.
Segundo a pesquisa mais recente que realizamos com 900 consumidores de materiais de construção, que haviam feito obras residenciais entre junho de 2018 e maio de 2019, 51,6% dos (as) entrevistados (as) realizaram essas obras para deixar a casa mais bonita/mais nova; 50,1%, para oferecer mais conforto à família; 33,2% para mudar o estilo e aparência da residência, e, apenas para ficarmos nas quatro principais motivações, 30,6%, para resolver problemas estruturais, como, por exemplo, problemas elétricos, hidráulicos, com azulejos, pisos soltos, infiltrações, rachaduras na parede, problemas nos telhados etc.
Esse resultado está em linha com todas as outras dezenas de pesquisas que realizamos desde 2014: as maiores motivações para realização de obras residenciais são positivas, e não negativas.
Na verdade, o percentual de problemas a serem resolvidos tem caído, e os aspectos positivos, estáveis ou mesmo crescido, como se, após a crise econômica pela qual passamos em 2015 e 2016 – quando as vendas do comércio do setor despencaram, em termos reais, 18,2% –, os principais problemas tenham sido resolvidos em 2017 e 2018, e, os sonhos permanecido, talvez, até mesmo, como reflexo da contínua melhora da confiança dos consumidores na economia.
Para as empresas do setor alimentar esse sonho, não os problemas, em todos os pontos de contatos, desde campanhas na mídia até o atendimento nos balcões e entre as gôndolas, pode ser uma boa maneira de estimular novas ou maiores reformas ou, ainda, reparos e melhorias de maneira contínua.
Afinal, há sempre algo para ser melhorado nos lares, onde se compartilham momentos significativos e inesquecíveis com as pessoas amadas.
O segmento automotivo vende novos modelos falando de carros velhos e problemáticos ou mostrando carros novos e modernos? O segmento de eletroeletrônicos vende smartphones mostrando aparelhos travando e com telas trincadas ou mostrando inovações e o novo design dos aparelhos novos?
Faria, então, sentido vender materiais de construção para os consumidores falando dos transtornos da obra e problemas nos lares? Ou melhor não lembrá-los disso?
O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado DataMkt Construção é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Votorantim Cimentos e Deca, empresas empenhadas em entender os novos tempos e contribuir para o crescimento e profissionalização do segmento.