CONVERSÃO DIGITAL EM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

Segundo o mais recente relatório Webshoppers, publicado pela Ebit, o faturamento total do e-commerce brasileiro para a venda de bens de consumo, em 2017, foi de R$47,7 bilhões, um crescimento de 7,4%, sobre o ano anterior.

Considerando, segundo a mesma fonte, uma participação de 8,4%, da categoria “Casa e Decoração”, estamos falando de um faturamento estimado de R$4 bilhões, em 2017, um crescimento de 17,6%, sobre o ano anterior.

Como se não bastasse a relevância desse crescimento percentual, em termos de share no volume financeiro, o segmento perde apenas para Telefonia/Celular, Eletrodomésticos, Eletroeletrônicos e Informática, respectivamente, tradicionalmente, as categorias com maior aderência ao meio.

Mas, se a curva de aprendizagem para compras virtuais de itens para melhoria da residência notoriamente evolui, materiais de construção, que não deixam de ser itens para melhoria residencial, ainda apresentam uma participação irrelevante, tanto no faturamento total do comércio eletrônico brasileiro, como no sell out do segmento.

No entanto, posto que, como já sabemos, a internet desempenha um papel fundamental nas primeiras fases da jornada de compra dos consumidores que realizaram obras/reformas residenciais, então, como seria a relação entre consultas e compras em comércios eletrônicos?

Segundo os dados de 2017 do Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção, que entrevistou 900 consumidores que realizaram grandes obras/reformas residenciais no período de setembro de 2016 a agosto de 2017, 24,7% da totalidade dos consumidores pesquisaram informações dos materiais que seriam usados em e-commerces de materiais de construção, no período anterior a realização dessa mesma obra/reforma.

Se considerarmos somente os consumidores da região Sudeste, o meio ganha ainda mais importância, subindo para 28,8%, seguido pelo Sul, com 22,2%, Nordeste, com 19,3% e, por último, Centro Oeste, por 14,3%.

Já, quando consideramos compras pela internet, tanto em e-commerces de materiais de construção, quanto não, 12,1% alegaram terem realizado a compra de ao menos um item para a obra/reforma pela internet, e, novamente, a região Sudeste apresentou os maiores percentuais, subindo para 14%, seguida pelo Sul, com 10,5%, pelo Centro-Oeste, com 9,1%, e, por fim, Nordeste, com 8,8%.

É sempre bom frisarmos que o entrevistado poderia marcar o canal, independentemente do valor gasto, volume e número de itens comprados, sendo o objetivo, apenas, mensurar a utilização do meio, sem dimensionamento desse uso.

De qualquer maneira, podemos inferir que aproximadamente 49% dos consumidores brasileiros que pesquisaram em e-commerces de materiais de construção realizaram algum tipo de compra de materiais para a obra pela internet, sendo que no Sudeste, esse percentual cai para aproximadamente 48,6%, no Sul, para 47,3%, no Nordeste, para 45,6%, e, por fim, subindo no Centro Oeste, para 63,6%.

Somente por esses números, ao que tudo indica, embora os consumidores da região Sudeste sejam aqueles que mais consultam os e-commerces de materiais de construção na fase de planejamento da obra, são os consumidores da região Centro-Oeste, aqueles que, relativamente, mais as transformaram em compras virtuais.

Para o desenvolvimento das vendas de materiais de construção pela internet, então, devemos esperar que a experiência de compra virtual no segmento de Casa e Decoração seja transposta para o segmento de Material de Construção, simultaneamente à incorporação do comportamento dos consumidores virtuais da região Centro-Oeste.

Inferências a parte, talvez, haja algo a aprender analisando profundamente ambas as situações.

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