Recentemente, por conta da aquisição do comércio eletrônico da Netshoes pelo Magazine Luiza, o presidente da empresa, Frederico Trajano, em entrevista para o jornal Valor Econômico, aventou a possibilidade de abrir lojas físicas da marca, ou, ao menos, integrá-la às lojas já existentes do grupo, para, por exemplo, retirada de artigos comprados online, entre tantas outras possibilidades.
Isso, segundo o próprio, poderia colaborar, também, para diminuir os altos custos administrativos e de vendas da Netshoes, característica essa de todos os comércios eletrônicos puros (sem lojas físicas e marketplaces).
Atualmente, é comum que varejistas nascidos digitais, independentemente do porte, abram lojas físicas, como ponto de contato com os consumidores e, por sua vez, desses consumidores com os produtos e marca, seja para venda, seja para experiências sensoriais, e, porque não, racionais.
Nesse último ponto, podemos inserir, principalmente, o segmento de materiais de construção: racionalidade.
Em outras palavras, além do ambiente inspirador, que estimule os consumidores a permanecerem mais tempo nas lojas, sonharem com seus lares reformados e consumirem, também adiciona-se o atendimento técnico e consultivo por vendedores, balconistas e promotores, independentemente do porte e tipo de loja.
Afinal, diferentemente, por exemplo, do varejo de moda e acessórios, no qual a compra de uma peça errada significa, simplesmente, trocá-la por outra que vista melhor, qual a logística envolvida para a troca, por exemplo, de caixas de pisos cerâmicos?
E, quais os transtornos financeiros e emocionais pelo atraso do cronograma da reforma e da mão de obra parada, com, muitas vezes, a família residindo nessa obra?
Sob esse aspecto, nos artigos anteriores, no qual analisamos o uso dos meios digitais pelos consumidores de materiais de construção, ao que tudo indica, quanto mais desenvolvida a curva de aprendizado desses meios, mais desafiador e relevante se torna o papel das lojas físicas de materiais de construção.
Em suma, utilizando como fonte o Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção 2018, dos entrevistados que compraram algum tipo de material para a obra pela internet, 38,4% utilizaram a loja física para a retirada dos produtos, e, apenas 27,8%, não a utilizaram como showroom, antes da compra online.
Também, da totalidade de entrevistados que realizaram obras/reformas residenciais, 75,6% aceitariam pagar a mais numa loja física do que o preço visto, anteriormente, do mesmo produto, numa loja virtual, considerando um ambiente de loja inspirador e convidativo, atendimento consultivo para tirar dúvidas e entrega imediata dos materiais de construção.
E se, de fato, as lojas físicas de materiais de construção ganham ainda mais importância na nova economia, nos próximos três artigos analisaremos o perfil dos consumidores dos três principais canais de compra do segmento: Lojas de Bairro, Home Center/Lojas Grandes e Lojas de Tintas.
Lojas essas, de tijolos cada vez mais sólidos, para uma sociedade cada vez mais fluída.
O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado DataMKt Construção é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Votorantim Cimentos e Deca, empresas empenhadas em entender os novos tempos e contribuir para o crescimento e profissionalização do segmento.