Segundo a PNAD Contínua do IBGE, em 2016, no auge da crise econômica, houve um decréscimo de 851.000 mil trabalhadores na atividade Construção; em 2017, um decréscimo de 127.00 mil trabalhadores; em 2018, -116.000 mil trabalhadores, e, dados relativos ao trimestre móvel maio/junho/julho de 2019, indicaram uma queda de 156 mil trabalhadores, neste ano.

No entanto, comparando o trimestre móvel atual com o trimestre móvel anterior (fevereiro/março/abril de 2019), houve um acréscimo de 84.000 trabalhadores na atividade, sendo esse um comportamento sazonal: melhora do nível de emprego da Construção no decorrer do segundo semestre.

Embora essa pesquisa, por amostra de domicílio, monitore a mão de obra envolvida em todos os tipos de atividades, de obras de infraestrutura a residenciais, tanto contratadas formalmente, quanto informalmente, essa sazonalidade reflete, em parte, a sazonalidade das reformas/obras residenciais, mais concentradas no segundo semestre do que no primeiro semestre (estima-se, aproximadamente, entre 60%/65% do faturamento do comércio de materiais de construção).

Porém, independentemente disso, o nível de contratação dos pedreiros passou pela crise e recuperação econômica de maneira inabalável. 

Dados dos últimos três anos do Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção, que entrevistou, em média, 856 consumidores que haviam realizado grandes obras/reformas residenciais, demonstraram que os pedreiros foram contratados, em média, por 71,2% dos entrevistados: em 2016, 71%; em 2017, 73,1%, e, em 2018, 69,4%.

Nenhum outro executor apresentou um nível de contratação tão linear quanto os pedreiros, sendo possível presumir que esses profissionais assumiram uma série de outras atividades, como pintura, colocação de pisos e revestimentos cerâmicos, reformas hidráulicas, elétricas etc.

Além de estarem acima da crise, mantendo a proporção número de obras versus contratação, e assumindo mais responsabilidades, são profissionais que opinam sobre os canais onde serão comprados os produtos, e, principalmente, sobre os produtos em si.

Desses mesmos entrevistados, na média dos últimos três anos, 68,1% disseram que os pedreiros indicaram lojas, e, 86,2%, indicaram algum tipo de produto (não só materiais básicos), durante a realização da obra.

Mesmo considerando que não avaliamos a conversão, já que a indicação pode não ter se transformado em compra, mesmo assim, se apenas uma parte dessas indicações tenha sido convertida, estamos diante dos maiores influenciadores do segmento de materiais de construção.

Como tal, qualquer tipo de treinamento dos pedreiros deveria, antes de abordar as questões técnicas e aplicabilidades dos produtos, reforçar o seu papel social, sua importância para os lares e famílias, o nobre propósito desse trabalho.

Afinal, estamos falando com a mais alta de todas as autoridades.

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