UM POUCO DE BOAS NOTÍCIAS

Entidades ligadas ao segmento de materiais de construção divulgaram, recentemente, desempenho de vendas. E os números são animadores. A ABRAMAT, que representa as indústrias de materiais de construção, realizou pesquisa com lideranças do setor que indicou bom desempenho no mês de março. Já as vendas de cimento em fevereiro de 2021 totalizaram 4,7 milhões de toneladas, um crescimento de 14% em relação ao mesmo mês de 2020, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC). Desta forma, o setor mantém o desempenho favorável desde o início do ano acumulando um crescimento de 11,8% comparado com a baixíssima base registrada no mesmo período do ano passado em razão das fortes chuvas.

A ABRAMAT – Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) divulgou a nova edição do Termômetro da Indústria de Materiais de Construção. A pesquisa de opinião realizada com as lideranças do setor indica que as empresas associadas esperam resultados positivos em fevereiro. Para 23% dos associados da ABRAMAT o mês apresentará resultados muito bons e 41% apontam o período como bom.

A expectativa para março segue positiva, com 14% das empresas associadas estimando resultado muito bom, 59% bom e 27% regular. A pesquisa também apresenta os dados consolidados de janeiro de 2021, indicando que o mês seguiu as boas expectativas do setor. Para 27% o primeiro mês do ano trouxe resultados muito bons. Para 41% bom e para 32% regular. Não houve apontamento de um mês ruim entre os associados.

O Termômetro da ABRAMAT também traz informações acerca do nível de utilização da capacidade instalada da indústria de materiais. Em fevereiro, a utilização da capacidade industrial subiu para 81%, na média das empresas associadas, 11 pontos percentuais a mais do que em fevereiro de 2020.

As pretensões de investimento em fevereiro de 2021 também seguem mais elevadas, com 77% das indústrias de materiais indicando que devem investir nos próximos 12 meses. Em fevereiro do ano passado este indicador era de 71%.

O destino desse investimento será a modernização dos meios de produção para 50%, enquanto 27% devem destinar seus recursos para a expansão da capacidade produtiva.

As pesquisas conduzidas pela ABRAMAT demonstram a manutenção do aquecimento observado no final de 2020. O panorama geral ainda é muito incerto e precisamos ter cautela a respeito do impacto das externalidades na economia doméstica, mas a atual edição do termômetro da ABRAMAT indica um início de 2021 positivo para o setor. A indústria de materiais de construção vive um momento importante de modernização e busca ainda maior por produtividade, que pode ser potencializado pelo seu atual crescimento“, explica Rodrigo Navarro, presidente da ABRAMAT.

CIMENTO – As vendas de cimento em fevereiro de 2021 totalizaram 4,7 milhões de toneladas, um crescimento de 14% em relação ao mesmo mês de 2020, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC). Desta forma, o setor mantém o desempenho favorável desde o início do ano acumulando um crescimento de 11,8% comparado com a baixíssima base registrada no mesmo período do ano passado em razão das fortes chuvas.

Outro fator importante foi a venda por dia útil – um indicador que considera o número de dias trabalhados que tem forte influência no consumo de cimento. Como este ano a maioria dos estados não teve feriados do Carnaval, registrou-se mais dias úteis. Por outro lado, alguns estados suspenderam as atividades nos dias de festas, não sendo, portanto, contabilizados como abertura de vendas. Com isto, verificou-se um desalinhamento em relação aos dias úteis. Ainda assim, a comercialização foi de 234,1 mil toneladas, aumento de 5,4% comparado ao mês anterior e de 16,4% em relação a fevereiro de 2020.

Os principais indutores desse crescimento da atividade em fevereiro foram a manutenção das obras imobiliárias e a autoconstrução que ainda desempenha um papel relevante nas vendas de cimento, além das condições climáticas favoráveis.

Com a permanência desse panorama é esperada a continuidade dos resultados positivos do setor até maio, quando se iniciou a recuperação da atividade em 2020. A partir de junho, teremos um desafio maior que é superar a boa performance obtida no segundo semestre do ano passado.

Na contramão do bom desempenho das vendas de cimento no ano, todos os indicadores de confiança mantêm a expectativa de piora registrada nos últimos meses. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, os índices de confiança do consumidor1 e do empreendedormantiveram desde outubro de 2020 a trajetória de queda. O fim dos benefícios emergenciais, o brutal agravamento da contaminação e óbitos no Brasil, a insegurança sobre o desempenho da economia e na recuperação do mercado de trabalho vem abatendo o otimismo.

As incertezas aumentam com as novas restrições de circulação e o possível auxílio emergencial de menor valor e abrangência atendendo as necessidades básicas das pessoas de baixo ou nenhum poder aquisitivo. É fundamental, portanto, que a campanha de vacinação e as reformas estruturantes sejam aceleradas, para a retomada do crescimento econômico no país.

Existe hoje uma realidade global e brasileira marcada por significativa majoração nos preços das commodities, afetando diretamente o setor cimenteiro. Além do efeito direto dos aumentos, o câmbio vem pressionando fortemente os custos não só do insumo, mas também da indústria em geral.

“A forte pressão no preço das commodities está afetando o mundo e no Brasil a situação se agrava em razão da acentuada desvalorização do real. Desta forma, a indústria nacional e do cimento, em particular, vêm enfrentando aumentos expressivos nos custos de produção. Mais do que nunca é fundamental acelerar a vacinação em massa e as reformas, principalmente, a tributária” 

Paulo Camillo Penna – Presidente do SNIC