É fato que a internet desempenha um papel cada vez mais relevante nas primeiras fases do processo de compra de material de construção para a busca de informações técnicas e comparações de características, preços e condições de pagamento. No entanto, ao que tudo indica, no segmento, quanto maior a ascendência da internet, paralelamente, mais sofisticada, elaborada e coerente deverá ser a experiência desse mesmo consumidor no momento da pesquisa e compra nas lojas físicas de material de construção.
Segundo o Painel Comportamental do Consumo de Material de Construção, – sempre recorremos a esses e outros dados confiáveis para a elaboração de hipóteses, diminuindo, assim, a subjetividade e personalismo das informações –, além de as lojas físicas serem, disparadamente, o principal canal de compra de materiais de construção, também são, disparadamente, o principal canal das pesquisas que antecedem essas mesmas compras.
Nos últimos três anos do Painel, quando perguntados sobre os principais meios utilizados durante o período de planejamento da obra/reforma, logo, anterior ao seu início, em média, 76,1% utilizaram as lojas físicas de material de construção.
Porém, para se ter uma ideia da importância da integração e complementaridade de canais, não só de uma mesma marca, mas, também entre fabricantes e varejistas, o segundo meio mais utilizado, também na média dos últimos três anos, foram os sites dos fabricantes de materiais de construção, com 35,6%.
E aí entra um insight bastante interessante.
Esses mesmos entrevistados, que consultaram os sites dos fabricantes alegaram que o principal tipo de informação buscada foi “fotos detalhadas dos produtos”, com 54,5%, o segundo tipo de informação foi “dicas de utilização do produto”, com 47,3%, e, o terceiro, “informações sobre lojas físicas mais próximas para comprar o produto”, com 47,1%, também na média dos últimos três anos, sendo que esse último tem crescido, ano após ano.
Em suma, os sites têm um papel fundamental para esclarecer dúvidas técnicas sobre os produtos – outros atributos relativos à busca de informações técnicas foram bastante citados -, mas, também , considerando ser o segundo principal meio de pesquisa no período anterior a obra/reforma, podem estabelecer uma ponte entre os consumidores finais e as lojas físicas de materiais de construção, estimulando a conversão.
Mas, não só isso corrobora a tese da importância da loja física em todo o processo, considerando a ascendência dos meios digitais no setor.
Mesmo os entrevistados que realizaram algum tipo de compra de material de construção pela internet (independentemente do valor gasto, volume e itens comprado), que correspondeu, em 2017, a 12,1% dos entrevistados, dessa amostra, somente 29,3% não precisaram do apoio da loja física antes de fechar essa transação online. Em outras palavras: 70,7% desses e – consumidores buscaram apoio numa loja física, antes da efetivação da transação online.
E, ainda em relação a essa amostra de e-consumidores, 35,1%, na totalidade, ou parcialmente, preferiram retirar essas compras na loja física, ao invés de recebê-las em suas residências.
Por fim, complementando o raciocínio, numa bateria de dez afirmações para averiguação do grau de concordância dos entrevistados, em 2017, entre proposições ligadas aos hábitos e atitudes dos entrevistados durante todas as fases do processo, “eu decidi a maior parte dos produtos que seriam comprados na própria loja”, com 69,3%, e, “eu decidi a maior parte das marcas que seriam compradas na própria loja”, com 69,1%, obtiveram, destacadamente, o maior top2box (concordo totalmente/concordo).
O segmento, como não poderia deixar de ser, adentra com força no mundo digital, com operações de comércios eletrônicos cada vez mais competentes, sites dos fornecedores sendo reformulados para dialogar com consumidores e investimentos consistentes nas mídias sociais pelas principais marcas, no entanto, diferentemente de tantos outros segmentos de mercado, a curva de aprendizado dos consumidores no uso da internet para consultas e compras não ameaça a loja física, muito ao contrário, valoriza-a ainda mais.
Ao que tudo indica, devido as peculiaridades sensoriais, como texturas de produtos, encaixes, checar cores in loco etc., e, também, barreiras ligadas a entrega de determinados produtos, a experiência na loja física continuará sendo cada vez mais relevante.
Logo, não se trata da internet e tecnologia substituindo a experiência física, mas, talvez, da internet e tecnologia tornando ainda mais gratificante a experiência física.
Estamos, portanto, como segmento, numa situação privilegiada, unindo o melhor dos dois mundos.
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