Mês a mês, dados conjunturais das mais fidedignas fontes vêm comprovando a recuperação econômica e, após uma queda de 7,2% do PIB no acumulado ano de 2015 e 2016, projeta-se para esse ano, segundo mais recente relatório Boletim Focus do Banco Central, um crescimento de 0,73%, e, para 2018, 2,5%.
Como base fundamental que empresta maior solidez a essas projeções, há uma nítida melhora nos níveis de emprego, passando de 13,7% de taxa de desocupação, no trimestre móvel terminado em março, para 12,4%, no trimestre móvel terminado em setembro, ou seja, 1.215 milhão de pessoas desocupadas a menos em seis meses.
Ainda, segundo o IBGE, somente na atividade Construção, que inclui o trabalho informal em construções, reformas, manutenções correntes, complementações e alterações de imóveis, houve um acréscimo de 198.000 mil pessoas ocupadas nos últimos quatro meses.
Se considerarmos apenas o trabalho com registro em carteira, segundo dados mais recentes do Ministério do Trabalho, o total de trabalhadores na Construção Civil cresceu em 4.571 mil celetistas nos últimos três meses.
Dentro desse contexto, como se inserem as expectativas do segmento e dos consumidores de materiais de construção?
Estes dados retroalimentam a crescente confiança do setor da Construção, segundo a FGV/IBRE, que passou de 74 pontos, em maio, para 78 pontos, em outubro, atingindo o maior nível desde fevereiro de 2015.
Ainda, segundo a mesma fonte, a confiança do consumidor cresceu pelo segundo mês consecutivo, atingindo o maior nível pós-crise deflagrada pela divulgação da delação premiada de executivos da JBS, em 17 de maio, passando de 82,3 pontos, em junho, para 83,7 pontos, em outubro.
Dados do DataMkt Construção, relativos ao Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção, também captaram um aumento de confiança dos consumidores em relação aos últimos três anos.
Em setembro de 2015, considerando entrevistados que realizaram grandes obras residenciais no período de setembro de 2014 a agosto de 2015, 49,4% avaliaram que a situação financeira de suas famílias estaria muito melhor/um pouco melhor nos próximos seis meses. Já, em setembro de 2016, considerando entrevistados que realizaram grandes obras residenciais no período de setembro de 2015 a agosto de 2016, esse número subiu para 53,1%, e, por fim, considerando o período de setembro de 2016 a agosto de 2017, esse número subiu para 58,5%.
A concretização desse aumento de confiança pode ser constatado no comparativo dos Painéis de 2016 e 2017, relativos aos tipos de intervenções realizadas durante essas obras: crescimento de 13,9%, em relação a pintura; 34,6%, em relação a troca de pisos e azulejos; 30%, em relação as reformas na parte elétrica; 22,2%, em relação as obras básicas/estruturais; 19,8%, em relação as reformas na parte hidráulica, e, 4,3%, em relação a troca de louças sanitárias, sendo que, a média dos tipos de intervenções por entrevistado passou de 3, em 2016, para 3,9, em 2017.
É consensual que dados relativos à confiança são antecedentes de tendências econômicas, ou, no nosso caso, de obras de maior envergadura e, consequentemente, maiores gastos com materiais de construção.
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