Provavelmente, no futuro, quando analisarmos os dados conjunturais econômicos brasileiros, teremos de considerar os efeitos sazonais das crises de maio de 2017 e de 2018, que poderão, apenas como livre sugestão, serem denominados: “Efeito tem de manter isso, viu?” e “Efeito greve anunciada dos caminhoneiros”, respectivamente.
Ambos poderiam ter sido evitados. O primeiro, caso o Presidente Michel Temer se negasse a receber empresários suspeitos, na calada da noite, e o segundo, caso o governo tivesse entendido os sinais e atendido representantes de uma categoria com poder de parar países, na calada do dia.
De certa maneira, os impactos na confiança dos consumidores, ao que tudo indica, foram igualmente devastadores.
Em maio de 2017, segundo a FGV/IBRE – Fundação Getulio Vargas e Instituto Brasileiro de Economia -, a confiança dos consumidores caiu de 83,3 pontos, para 82 pontos, em junho, recuperando-se nos meses seguintes, até o pico de 92 pontos, em março de 2018, caindo para 89,4 pontos, em abril, para 86,9 pontos, em maio, e, como consequência direta da greve dos caminhoneiros, para 82,1 pontos, em junho.
Em outras palavras, voltamos ao mesmo nível de um ano, mês posterior à delação premiada dos executivos da JBS.
Confiança é indutor de consumo, logo, aguardemos os próximos relatórios, num cenário incerto, entre nova liberação de recursos no mercado, desta feita, do Fundo PIS-PASEP, estimados em aproximadamente R$39 bilhões, ante aproximadamente R$44 bilhões das contas inativas do FGTS, em 2017; e um incerto quadro eleitoral presidencial, com a proeminência de candidaturas radicais e inconsistentes.
Que superemos a ressaca de maio de 2018 com o mesmo otimismo e vigor com que superamos a ressaca de maio de 2017.
A próxima divulgação da Sondagem de Expectativas do Consumidor ocorrerá no dia 24 de julho. Aguardemos otimistas.
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