Os primeiros dados sobre a Black Friday não poderiam ser mais animadores. Apenas para ficarmos numa fonte confiável, a Ebit/Nielsen apurou uma elevação de 23,6% no faturamento do varejo online brasileiro para venda de produtos na quinta feira, dia 28, e na sexta-feira, dia 29, no comparativo ano de 2019 com 2018, passando de R$2,6 bilhões para R$3,2 bilhões.
Já, no varejo físico, há fortes indicativos de desempenho acima do esperado, levando, por exemplo, o presidente do Magalu, Frederico Trajano, a afirmar para o jornal Valor Econômico, que “não dá pra negar que há um aquecimento na demanda”.
No artigo Brick Friday, avaliamos dados de uma pesquisa realizada pelo Google a respeito dessa data, que projetava o aumento do comportamento multicanal dos consumidores, integrando, cada vez mais, os ambientes virtuais e físicos durante suas jornadas de compra.
Ainda não há uma consolidação de dados confirmando essa projeção, mas há uma atualização do Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção 2019, que pode fornecer alguns insights para o nosso segmento.
No artigo anterior Materiais de Construção, Mãos no Teclado, Pés no Chão, avaliamos a importância da loja física no início do processo de compra de materiais de construção num e-commerce. Nesse artigo, avaliaremos a importância da loja física no final do processo de compra de materiais de construção num e-commerce.
Segundo o Painel de 2019, que entrevistou 934 consumidores que haviam realizado obras residenciais no último ano, e considerando somente e-consumidores, 49,3% disseram que todas as compras de materiais de construção foram entregues em casa. Em 2017, eram 64,8%, e, em 2018, 61,6%.
Ou seja, houve um deslocamento dos processos de entrega para os processos de retirada. Mas, de que maneira isso ocorreu?
Em 2019, 21,5% dos entrevistados disseram que uma parte das compras de materiais de construção foi entregue em casa, e outra parte foi retirada na loja física. Em 2017, eram 24,5%, e, em 2018, 18,4%. Nesse caso, houve uma regressão a média, em 2018, demonstrando certa linearidade comportamental no ano seguinte.
Já, por fim, em 2019, 29,2% dos entrevistados disseram que todas as compras de materiais de construção foram retiradas na loja física. Em 2017, eram 10,6%, e, em 2018, 19,9%.
Provavelmente, com o desenvolvimento da curva de aprendizado do uso da internet para a compra de materiais para obras residenciais, e o aumento da complexidade desses produtos, paralelamente, houve aumento da importância da loja física como ponto de apoio também para a retirada desses materiais.
Que esse processo seja o mais satisfatório possível, mesmo porque sempre faltará algo para ser comprado numa obra residencial. E já que os clientes estarão na loja…