Dados mais recentes do Secovi-SP reafirmam a significativa recuperação das vendas e dos lançamentos de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo, e que, muito provavelmente, se expandirá, nos próximos meses, para o restante do Brasil.
No comparativo acumulado ano setembro de 2019 com acumulado ano setembro de 2018, as vendas cresceram 68,8% (30.489 unidades versus 18.067 unidades), enquanto os lançamentos cresceram 96,1% (32.039 unidades versus 16.339 unidades).
Porém, a leitura mais importante encontra-se na relação vendas versus lançamentos. Nos primeiros nove meses de 2018 foram vendidas 18.067 unidades e lançadas 16.339, ou seja, uma diferença de -9,6%. Nos primeiros nove meses de 2019, foram vendidas 30.489 unidades e lançadas 32.039, ou seja, uma diferença de +5,1%.
Conclui-se que, devido a reposição mais agressiva dos estoques, as construtoras e incorporadoras da capital paulista identificam na atual conjuntura econômica um ambiente mais favorável para os negócios do que há um ano.
Mas, e o impacto desse cenário na indústria da reforma residencial?
Seguidamente temos frisado que o aumento das vendas dos imóveis residenciais novos impacta diretamente o varejo, já que os novos proprietários realizam, em maior ou menor grau, melhorias nesses imóveis: tanto aqueles que neles morarão, quanto aqueles que os adquiriram como forma de investimento.
Vamos investigar a dimensão real disso.
Segundo o Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção 2019, finalizado no início desse mês e que entrevistou 934 consumidores, nas quatro principais regiões do Brasil, e que haviam realizado reformas/obras residenciais no período de um ano, 68,5% já moravam no imóvel e decidiram reformá-lo, e 14,9% o compraram usado e decidiram melhorá-lo antes de mudar.
Por fim, 11,8% o compraram novo de construtoras/construtores e decidiram melhorá-lo antes de mudar, além de 4,7%, que alegaram outras razões, divididas entre, por exemplo: construído do zero, alugado e precisando de melhoras, herança etc.
Se considerarmos somente as classes sociais, o percentual sobe para 15,7%, na classe A; 15,4%, na classe B, e, cai para 9,7%, na classe C.
Enfim, no curto prazo, com a recuperação das vendas dos imóveis residenciais novos, a movimentação de consumidores reformando e comprando no varejo continuará colaborando positivamente para o crescimento das vendas, com destaque, inclusive, para consumidores de maior poder aquisitivo.
E se, ao se confirmarem as expectativas das construtoras e incorporadoras, no longo prazo, os atuais lançamentos colaborarão ainda mais.