OS SITES DOS FORNECEDORES E O APRENDIZADO DO USO DA INTERNET

Os próximos quatro artigos semanais farão um recorte nos dados do Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção, abordando temas relacionados ao uso da internet no processo de compra dos materiais por consumidores, quando realizando obras residenciais.

O fato é que, segundo projeções da Consultoria Ebit, o comércio eletrônico brasileiro deverá fechar o ano com um faturamento estimado de R$48,8 bilhões, somente para a venda de bens de consumo, um crescimento nominal aproximado de 10% em relação a 2016.

Dados consolidados do primeiro semestre deste ano estimaram um faturamento de R$21 bilhões, sendo que o share no volume de faturamento da categoria Casa & Decoração é o quinto maior, com 8,3%, ficando atrás apenas de segmentos tradicionais no meio: Telefonia/Celulares, Eletrodomésticos, Eletrônicos e Informática.

Mas, mesmo considerando a compra de itens para o lar como parte da curva de aprendizado da compra dos materiais de construção pela internet, ainda é incipiente a participação do segmento no volume total do faturamento.

Por outro lado, e também como parte dessa mesma curva de aprendizado, sites dos fabricantes, mídias sociais e comércios eletrônicos já desempenham papel fundamental durante a fase de pesquisa daquilo que será comprado, posteriormente, numa loja física.

Considerando dados dos Painéis dos últimos três anos, sempre entregues no mês de setembro, e realizados com consumidores que fizeram grandes obras residenciais até o período de um ano, as lojas físicas são imbatíveis não só como local de compra, mas também como meio mais consultado durante o planejamento anterior aos inícios dessas obras, na média das pesquisas de 2015, 2016 e 2017, por 76,1% dos entrevistados.

E se as lojas físicas foram os meios mais consultados por 77,9% dos entrevistados em 2015; 72,1% em 2016; e 78,2% em 2017, os sites dos fabricantes também foram imbatíveis como segundo meio mais consultado: 33,3%, em 2015; 38,9%, em 2016; e 34,6%, em 2017, sendo consultados, na média dos últimos três anos, por 35,6% dos entrevistados.

Mas, o que buscam principalmente esses consumidores nos sites dos fabricantes, no período anterior às obras?

Considerando apenas as médias dos últimos três anos, fotos detalhadas de produtos foram citadas por 54,5% dos entrevistados, seguidas por dicas de utilização dos produtos, por 47,3%; informações sobre lojas físicas mais próximas para comprar os produtos, por 47,1%; opiniões e comentários de outros consumidores, por 46,5%; e, apenas para ficarmos nos cinco itens mais citados, ambientes simulados com o produto, por 41,1%.

Esses resultados contemplam campos de pesquisas diferentes, com espaço de um ano entre eles e realizados com entrevistados diversos, reafirmando a importância dos sites dos fabricantes no processo de compra, ano após ano, com algumas relevantes alterações, como o crescimento contínuo da importância das indicações das lojas físicas mais próximas para posterior compra.

De qualquer maneira, diante de um quadro cada vez mais competitivo, recursos escassos e consumidores mais bem informados, desperdiçar esse importante ponto de contato não atendendo-os adequadamente, e, até mesmo, surpreendendo-os nos canais online em suas principais buscas, seria um imenso desserviço para a própria empresa e para desenvolvimento da curva de aprendizado do uso da internet no segmento, que cedo ou tarde ganhará força, e, junto a isso, ganharão força as principais marcas que os auxiliarem nesse aprendizado.

No artigo da próxima quarta-feira aprofundaremos dados sobre os principais temas buscados no YouTube para o mercado da bricolagem.

O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Pincéis Atlas, Votorantim Cimentos e Deca, empresas empenhadas em melhor