QUEM REFORMA IMÓVEIS COMPRA MÓVEIS

Segundo dados mais recentes do IBGE, a produção industrial de móveis cresceu 1,8%, no comparativo acumulado ano setembro de 2017 com acumulado ano setembro de 2016, iniciando, ainda que timidamente, uma recuperação da queda de 11%, no comparativo ano de 2016 com o ano de 2015.

Dessa maneira, acompanha a recuperação da produção industrial geral, que cresceu 1,6%, também no comparativo acumulado ano setembro de 2017 com acumulado ano setembro de 2016, resgatando, em parte, a queda de 6,6%, no comparativo ano de 2016 com o ano de 2015.

No comércio, enquanto o volume de vendas geral cresceu 2,7% e, especificamente, material de construção cresceu 7,5%, a venda de móveis apresentou queda de 5,9%, nos comparativos acumulado ano setembro de 2017 com acumulado ano setembro de 2016.

Dessa maneira, enquanto o comércio em geral e de material de construção recuperam, em parte, as quedas de 8,7 e 10,7%, respectivamente, nos comparativos ano de 2016 com ano de 2015, a venda de móveis continua negativa, porém em um patamar menor do que a queda de 12,1%, em 2016.

Mas, qual a relação que poderia haver entre o comércio de material de construção e o setor moveleiro?

Segundo o Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção, considerando 900 entrevistados que realizaram grandes obras residenciais no período de setembro de 2016 a agosto de 2017, 50,5% desses entrevistados aproveitaram a obra para também decorar seus lares.

Ainda deste total, 33,3% disseram que compraram ou trocaram móveis de quarto; 27,1%, móveis de copa e cozinha; 26,9%, móveis de sala e, apenas para ficarmos nos quatro ambientes mais citados; 26,4%, móveis para banheiros e lavabos.

Considerando que neste momento o comércio de material de construção apresenta uma recuperação consistente, crescendo, inclusive, por cinco meses consecutivos, tanto no comparativo mês anterior do mesmo ano, como no comparativo mesmo mês do ano anterior, o estreitamento do relacionamento das indústrias moveleiras com o varejo do setor, e a adoção de políticas comerciais conjuntas no ponto de venda, aproveitando o momento da compra dos materiais para as obras, pode ser uma excelente iniciativa para acelerar o crescimento da produção industrial de móveis, por meio, também, de um crescimento ainda maior das vendas no varejo de material de construção.

E isso, como tantas outras políticas comerciais adotadas pós-crise, pode se tornar uma longa e profícua relação, não só considerando as residências já habitadas que voltaram a ser reformadas e/ou ampliadas, como também, novas construções e, provavelmente, em 2018, as vendas de imóveis novos e sem acabamento que também voltarão a crescer.

O sistema de compartilhamento de inteligência de mercado é cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Pincéis Atlas, Votorantim Cimentos e Deca, empresas empenhadas em melhor entender o segmento, contribuindo para sua profissionalização e desenvolvimento