MEBER – Estar atenta às tendências do mercado da automação industrial, tem sido uma premissa presente na filosofia da Meber Metais nas últimas décadas. A empresa de Bento Gonçalves-RS vislumbra a robotização de processos industriais desde o fim dos anos de 1990, a partir da implementação de células robotizadas dentro de seu parque fabril. Embora tenha se consolidado entre as cinco principais fabricantes brasileiras de metais, a Meber segue investindo em tecnologia – com o exemplo recente da aquisição e instalação de uma célula voltada ao lixamento de torneiras.
Desenvolvida pela também bento-gonçalvense Dalca Brasil, a solução surgiu da necessidade de garantia na constância da operacionalização do trabalho, agora desenvolvido pela célula robótica, frente ao desafio gerado pela falta de mão de obra para a função. O robô opera no lixamento de torneiras. A função do equipamento é deixar as superfícies preparadas para serem polidas e cromadas.
“A célula de afinação se adequa perfeitamente ao nosso processo industrial. Procuramos manter a mesma marca de robôs, com a qual nossa equipe já sabe trabalhar, devido à questão de intercambialidade de peças e componentes em caso de necessidade, visto que tarefas de operação e manutenção robótica não estão disponíveis em nossa região. Por isso, as escolhas que pudemos fazer, alinhando com a Dalca, foram as mais interessantes possíveis, trazendo os resultados que estávamos esperando”, destaca o Diretor de Inovação e Tecnologia da Meber, Marcio Chiaramonte.
A empresa já implementou seis células robóticas dentro de seu parque fabril – e espera ampliar ainda mais, a robotização, em breve. “Está combinado que a primeira fase de projeto seria a replicação das tarefas que já fazíamos, como essa questão do lixamento dos metais. A segunda etapa é introduzirmos tecnologias novas, que nunca vimos na área de acabamento superficial de torneiras. Então, o próximo passo é utilizarmos a expertise da Dalca, para trazermos soluções inusitadas e interessantes”, conta Chiaramonte.
Entre os benefícios da robotização, o diretor da empresa destaca a possibilidade oferecida pela transformação tecnológica industrial de garantir estabilidade na produção e a constância no padrão de qualidade ofertado. “Os equipamentos robotizados podem trabalhar por 24 horas, dependendo apenas de uma pessoa para monitorar, colocar e retirar as peças que precisam ser processadas e prontas e, eventualmente, fazer alguma correção. Diante disso, temos a certeza de que o investimento em robótica abre a possibilidade de ganhos e de garantir a continuidade dos negócios”, acrescenta.
Parceria leva em conta expertise
Fazer uma leitura completa e assertiva dos gargalos em robótica é um dos diferenciais que fazem da Dalca Brasil uma escolha recorrente entre os mais diversos segmentos industriais. Por isso, a Meber Metais investiu na célula robótica e, ainda, deu sequência à um movimento de ampliação de parceria que seguiu, também, com a posterior aquisição de soluções em Indústria 4.0 da Dalca Digital, área do grupo Dalca Brasil que investe em manufatura avançada.
Para o CEO da Dalca, Bruno Dal Fré, o desenvolvimento da célula robotizada de lixamento foi um passo importante para a empresa, pois se tornou o primeiro equipamento projetado nesse segmento. “A Meber nos abriu as portas para estudar os processos e, junto com os conhecimentos técnicos da empresa, desenvolver a solução. Nos honra o fato de sermos o primeiro fornecedor nacional para lixamento robotizado da empresa”, pontua.
Para Dal Fré, a Meber teve inúmeros resultados positivos com a célula desenvolvida. “Podemos destacar a proximidade no pós-venda, com assistência técnica local, e ganhos pelo equipamento ser de alta performance, com peças de nível superior, atingindo os mesmos parâmetros, ou até superiores, dos fabricantes internacionais”, afirma.
Solução para controle de planta potencializa ganhos em produção
Outra tecnologia que está presente nos processos produtivos da Meber é o MES (Manufacturing Execution System, em tradução livre ‘sistema de execução de fabricação’). Com ele, a empresa tem acesso à um diagnóstico de produção, no qual é possível visualizar a produtividade de todos os equipamentos, em tempo real, permitindo uma tomada de decisão assertiva sobre novos investimentos, custo de peças e visualização dos processos industriais.
“A partir do trabalho em Indústria 4.0, que começamos há dois anos, e da análise minuciosa dos dados, concluímos, mais do que nunca, que a decisão de investir nessas tecnologias foi certeira. Quem está apontando qual deve ser a próxima aquisição, como ela tem que ser, são justamente os dados coletados através da Indústria 4.0 – a compilação, o garimpo e a compressão dessas informações”, reforça Chiaramonte.