Recentemente, fechamos o Painel Comportamental do Consumo de Materiais de Construção 2018, que entrevistou 900 consumidores que haviam realizado obras/reformas residenciais no período de setembro de 2017 a agosto de 2018, e, pela primeira vez, desde o Painel de 2014, investigamos a disposição desses consumidores para realizarem, por si próprios, manutenções, reparos, pequenas reformas e melhorias domésticas, o velho e bom “Faça você mesmo.”
Entender o que isso significa, pode trazer importantes informações para o varejo de materiais de construção, na composição do mix de ferramentas manuais e elétricas, e, na maneira como esse perfil de cliente deve ser abordado nos balcões e corredores das lojas.
Então, vamos definir esses perfis.
Do total de entrevistados, 25,9% disseram não ter qualquer tipo de interesse no assunto, inclusive, já chamando um profissional para fazer o reparo, a melhoria ou manutenção, não alterando sua rotina.
Para esses consumidores, tudo indica, é perda de tempo tentar vender uma simples parafusadeira.
Por outro lado, 60,6% disseram que tentam fazer a maioria das coisas sozinhos (as), mas se for algo muito complicado ou difícil, chamam outras pessoas ou profissionais. Bem, esses consumidores merecem atenção, para a oferta e venda das melhores e mais adequadas ferramentas e complementos.
E, cabe aos balconistas e vendedores identificarem claramente qual o tipo de reparo, manutenção, pequena reforma e melhoria doméstica que eles gostariam de fazer. Embora, certamente, esse contato na loja seja fundamental para essa compreensão, podemos dar uma dica, com aquilo que, segundo esses entrevistados, já fizeram sozinhos.
Pintura de ambientes da residência apareceu em destaque, já realizada por 67,3% desses entrevistados; seguida por instalação de chuveiros elétricos, por 56,1%; troca de tomadas e interruptores, por 55%; aplicação de tintas, verniz ou stain em portas e/ou janelas de madeira, por 54,4%; e, apenas para ficarmos nas cinco primeiras atividades desenvolvidas, instalação de acessórios para banheiro, como porta-toalha, porta -papel higiênico etc., por 48,2%.
E, aí, entra uma constatação interessante. Há uma predominância de consumidores da classe C (principalmente em atividades ligadas a preparação e pintura de superfícies), seguidos por consumidores da classe A, demonstrando, também, que além do prazer e gratificação envolvidos nas atividades do “Faça você mesmo”, há, também, uma busca por otimizar recursos financeiros.
E, tanto para tornar essa atividade prazerosa, quanto para proporcionar economia de dinheiro para os clientes, vale a máxima acima: escutá-los, entender o tipo de reparo, manutenção e melhoria desejada, e oferecer as melhores e mais adequadas ferramentas e complementos, evitando tornar o “Faça você mesmo” uma grande dor de cabeça, e, ainda, com gastos elevados, devido a erros e retrabalhos na atividade, muitas vezes, por não utilização da ferramenta certa.
Por fim, 13,5% dos entrevistados disseram que fazem tudo sozinhos, mesmo porque, já fizeram uma série de reparos e melhorias anteriormente e deu tudo certo. Bom, para esses convertidos do “Faça você mesmo”, vale a mesma máxima anterior, quanto à qualidade e adequação das ferramentas, porém, com uma recomendação a mais: tratem-os no mesmo nível com que são tratados os pintores, pedreiros, eletricistas, encanadores etc.
Afinal, além do prazer, gratificação e economia de dinheiro, eles já se sentem verdadeiros profissionais!