No artigo anterior aprofundamos dados de uma pesquisa, entregue em junho de 2018, com consumidores de materiais de construção que haviam realizado reformas e obras residenciais, no período de maio de 2017 a abril de 2018, principalmente no que dizia respeito aos tipos de canais de compra utilizados por consumidores de porcelanato, piso cerâmico e revestimento cerâmico para parede.
Segundo a pesquisa realizada pelo DataMkt Construção – sistema de inteligência de mercado cogerido por Leroy Merlin, Eucatex, Votorantim Cimentos e Deca – dos 900 entrevistados, 62,4% trocaram pisos e revestimentos em geral, sendo que, desse universo, 54,6% colocaram piso cerâmico; 46,9%, porcelanato; e, 38,8%, revestimento cerâmico para parede.
Como vemos, o brasileiro tem um caso de amor com os pisos e revestimentos frios, mas, e se considerarmos, agora, essa preferência por classe social?
Segundo a pesquisa, 58,8% dos consumidores da classe A colocaram pisos cerâmicos em suas residências; 44,4%, da classe B; e, 60,4%, da classe C. Interessante notarmos o destaque da classe C, quando se trata da compra de piso cerâmico.
Porém, quando falamos de porcelanato, ocorre uma inversão nas classes sociais, já que 66% dos consumidores da classe A colocaram porcelanato em suas residências; 57,3%, da classe B; e, 39,1%, da classe C.
Percebemos, também, que a classe A se destaca tanto em piso cerâmico, como em porcelanto, muito provavelmente, por combiná-los em diferentes tipos de ambientes, em residências de maior metragem quadrada. Por outro lado, a classe B, somente se destaca em porcelanato e apresenta um baixo consumo de piso cerâmico, muito provavelmente, por morar ou ter feito reformas de menores proporções, tendo de optar por apenas um tipo.
Por fim, diferentemente do piso cerâmico e porcelanato, os revestimentos cerâmicos para parede apresentam um perfil de consumo equilibrado por poder aquisitivo: 36,3% dos consumidores da classe A colocaram revestimento cerâmico em suas residências; 38,1%, da classe B; e, 39,3%, da classe C.
Já, numa leitura por regiões do Brasil, chama a atenção o Nordeste, pois 76,4% dos entrevistados colocaram piso cerâmico em suas residências, porém, também, foi a região com menor consumo de porcelanato, comprado por apenas 27,9% dos consumidores. Nesse ponto, se destaca o Sudeste, com 51,7%, e, o Sul, com 47,4%, sendo que essa última região, considerando as quatro principais regiões do país, foi aquela que menos consumiu revestimento cerâmico para parede, e o Nordeste, com 45,5%, a que mais consumiu.
Esses são dados pontuais, mas que nos trazem pistas importantes sobre os perfis de consumo por classe social e regiões. Nesse ano, replicaremos a pesquisa, com novos consumidores, que realizaram outras reformas, para determinarmos um padrão de consumo de pisos e revestimentos frios.
De qualquer maneira, para os lojistas de materiais de construção, independentemente do perfil socioeconômico dos clientes e localidade, dá para deixar de atender esses apaixonados por pisos e revestimentos frios?